sexta-feira, 17 de maio de 2019

Seu scooter está devagar? Pode ser a transmissão

Scooter tem câmbio automático e motociclista não tem necessidade de fazer qualquer regulagem. Cuidados incluem revisões periódicas no prazo e evitar abusos nas arrancadas
Basta acelerar e andar, espaço para transportes de objetos e muita economia de combustível são alguns atrativos dos scooters. Características que fizeram muita gente optar por esses simpáticos veículos para se locomoveram no dia a dia ou até mesmo em viagens. Prova disso é a constante evolução dos números de vendas, que cresceram 15,3% no ano passado, e chegou a 67.183 unidades emplacadas.
Embora sejam práticos, os scooters têm peculiaridades que exigem atenção dos seus donos. Uma delas é o sistema de transmissão final. O conjunto, conhecido como CVT (transmissão continuamente variável) é composto por correia, roletes e polias que levam a força do motor para as rodas e controlam a aceleração. Tudo isso sem que o piloto tenha que se preocupar em acionar a embreagem ou trocar as marchas. Veja como funciona:

Os especialistas 



Por ser automático, muitas vezes a manutenção do sistema de transmissão não recebe a devida atenção do proprietário. “Muitos têm dúvidas sobre os prazos de verificação e substituição de peças, pois não olham o Manual” ressalta o mecânico Olavo Dias Júnior, da concessionária SRT, Osasco (SP) ele também lembra que alterações em busca de maior performance também condenam o sistema de transmissão final.
A receita é simples, fique atento aos prazos estipulados para a manutenção e substituição de componentes e também é bom não forçar o sistema. Consultamos o mecânico Marcelo de Souza, da concessionária Tsuji Honda, de Atibaia (SP) (à direita), que nos passou seis dicas fundamentais para cuidar da transmissão do seu scooter. Usamos o Honda PCX como exemplo por ser o mais vendido do Brasil. Veja vídeo.

1 – Limpou tá novo

Um dos trabalhos mais importantes na revisão do scooter (no caso do PCX, a partir da revisão dos 12.000 km) é a verificação e limpeza do sistema de transmissão “nos retiramos o pó que se acumula oriundo do desgaste das sapatas da embreagem, esse pó se aloja na correia e acelera seu desgaste”, explica o Marcelo de Souza. O mecânico ainda acrescenta que é importante fazer as revisões na quilometragem estipulada no manual do proprietário.


2 – Velocidade caiu, tem que trocar

Um dos sintomas que o conjunto de transmissão está com problemas é a redução da velocidade máxima do scooter. O PCX, por exemplo, atinge 120 km/h, porém com o desgaste do conjunto, sua velocidade máxima diminui para 110 km/h e depois se limita a 100 km/h. Segundo o mecânico esse é um típico sintoma do desgaste das polias dianteiras que já estão “marcadas”. Quando isso acontecer, leve seu scooter para a concessionária ou mecânico de confiança para realizar a substituição da correia, polias e roletes.

3 – Não força que é pior

Ficar parado em rampas ou subida e "segurar" o scooter no acelerador, assim como arrancadas rápidas nas saídas de semáforo ou tentar empinar aceleram o desgaste do conjunto de transmissão. Para ter maior durabilidade o ideal é acelerar de forma progressiva e linear, com isso, além de maior durabilidade do sistema – que no caso do PCX chega aos 24.000 km rodados –, você gasta menos combustível e também polui menos.


4 – Barulhinho ruim


Alguns barulhos também são indicadores de necessidade de manutenção. Um bastante comum vem do rolamento da polia traseira quando o scooter está parado e some ao acelerar. Ele indica a necessidade de substituição do componente. Outro que também é bem comum é um assobio ao sair com o scooter ou retomadas de aceleração. Ele é sintoma de sujeira no conjunto que deve ser aberto e limpo.

5 - Evite as enchentes

Os donos de scooters devem tomar cuidado com o nível da água em lugares alagado. Além do risco ao motor e escapamento, os scooters usam câmbio do tipo automático – conhecido como CVT. Se o componente ficar abaixo da linha da água a caixa de engrenagem será afetada assim como o óleo será contaminado com lama. Rodar com o scooter nessas condições pode comprometer todo o conjunto do câmbio e causar um grande prejuízo.

 

6 – Nunca deixe para lá

Deixar de fazer a manutenção preventiva do sistema pode gerar grandes dores de cabeça e prejuízo. A correria, por exemplo, pode se romper após 24.000 km rodados. Dependendo da situação, além do risco de acidente, o piloto pode ficar na rua por sua própria culpa. A troca da correia, polias e roletes tem o custo aproximado de R$ 800 (em média).

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Cuidado com as armadilhas das cidades

foto: Kenji Sampa

“Eu caibo dentro do buraco”, conta o motociclista Luiz Cané (foto acima) antes de reclamar junto a Prefeitura de São Paulo e alertar para o perigo do buraco. Para provar, ele entrou no vão no asfalto e fez uma foto. Logo depois a Sabesp fechou a cratera que ficava na Avenida Giovanni Gronchi, zona sul da capital paulista.
A matéria saiu no UOL, leia aqui
Em outra situação o mesmo motociclista encontrou um bueiro sem tampa na Avenida Celso Garcia, na Zona Leste de São Paulo. Com uma sinalização precária o buraco já estava lá há um bom tempo. “Pelo menos três meses”, garante Cané.
Esses são apenas alguns exemplos das “armadilhas” que você pode encontrar pelo caminho. Para ajudá-lo a se precaver confira essa lista com cinco situações comuns que podem derrubar sua moto.

A feira é livre, você não

Apenas em São Paulo, a cada dia, milhares de feirantes montam suas barracas em mais de 170 feiras livres que acontecem na capital. Um frenético vai e vem de mercadorias pode esconder um perigo para as motos: as frutas e a sujeira que ficam pelo chão podem fazer a moto perder a aderência e cair. Outro problema é a presença de pregos e pedaços de arame (que são retirados das caixas) que podem furar o pneu da moto. O ideal é evitar passar pelas ruas nos dias de feira (mesmo que o local tenha sido lavado) para evitar tais riscos.

Flores no asfalto

Em certas épocas do ano, dependendo da região, é comum que ruas e avenidas arborizadas fiquem repletas de flores e frutas caídas no chão. Embora pareçam inofensivas, em caso de chuvas, esses restos deixam o chão muito liso. Ao rodar perto dessas árvores, principalmente em dias chuvosos, fique atento e use o freio e acelerador com moderação. O cuidado deve ser ainda maior em ruas de paralelepípedos que são mais escorregadias. Recentemente uma reportagem na televisão mostrou vários motociclistas caindo sob um pé de jamelão, um tipo de fruta, logo após uma chuva em Goiânia (GO). Veja o vídeo

Tampa de bueiro

Um verdadeiro perigo na vida de quem mora nas cidades, pequenas ou grandes, são as tampas de bueiros. Quando estão mal encaixadas causam o transtorno do barulho ou podem até cortar o pneu da moto ou do carro. Mas o pior mesmo são bueiros “destampados”, pois, infelizmente, roubos de tampas são cada vez mais comuns. Sem a tampa o buraco se torna praticamente invisível (principalmente à noite) e o risco de acidentes graves é muito maior. Ao passar sobre o buraco a roda da moto é engolida pelo buraco e o motociclista é projetado à frente. As consequências podem ser muito graves. Recentemente foi postada uma foto da Avenida Brasil, no Rio de Janeiro (RJ), com um bueiro sem tampa na faixa da esquerda.
Por falar em tampa, outro risco para os motociclistas são as grades ou grelhas em aço que tampam obras ou mesmo galerias. Procure visualizá-las e, em dias de chuva, evite usar o freio sobre ou acelerar forte sobre elas.

Surfando no asfalto

Parece até “pegadinha”, você entra na curva ou está andando em linha reta e quando percebe está deslizando pelo asfalto sem saber como. Esse é o famoso surf em mancha de óleo. Infelizmente, uma armadilha comum e, na maioria das vezes, com poucas chances de evitar a queda. O ideal é evitar passar sobre a mancha.
Geralmente as manchas são de óleo diesel derramado por ônibus ou caminhões que têm o tanque rompido ou a tampa perdida. A melhor forma de prever isso é ficar atento ao cheiro e brilho “azulado no asfalto”. Ao passar em postos de combustíveis ou locais com muitos caminhões estacionados é bom ficar alerta: se sentir cheiro forte de diesel é possível que algum veículo tenha derramado o combustível no asfalto.
O mesmo cuidado deve ser tomado ao entrar e estacionar em postos de gasolina. Até mesmo ao apoiar o pé no chão é preciso estar atento para não escorregar.

Aí é cachorrada

Mais comuns na periferia da cidade, os ataques de cães a ciclistas e motociclistas são frequentes. Segundo os veterinários, a melhor forma de se proteger é parar a moto. “Às vezes o animal está irritado pelo barulho da moto e por isso está atacando, ou é uma simples brincadeira”, afirma o veterinário comportamentalista Marcelo Henzel (foto ao lado).
Um erro comum é tentar chutar o cachorro, além do risco de tomar uma mordida no pé, o piloto pode perder o equilíbrio e cair. Outro risco é atropelar o animal e também sofrer uma queda.

sábado, 4 de maio de 2019

Pedágio na estrada não significa segurança para o motociclista

Recentemente escrevi uma matéria no UOL sobre os pedágios para motos nas estradas, no artigo que você pode ler aqui, informo os valores mais altos cobrados no Brasil e cito as respectivas rodovias privatizadas. O processo de privatização tem como principal meta oferecer ao usuário uma estrada mais segura e eficiente. Mas nem sempre é assim.
Após a publicação do artigo, em 24 de março, fui surpreendido por um vídeo de um acidente na BR-040, na região de Petrópolis (RJ) entre o km 92 e 93 na subida da serra. O acidente de moto foi causado pela má condições da rodovia naquele trecho. Infelizmente um motociclista perdeu o controle da sua moto e caiu. Veja as fotos abaixo.
O piloto sinaliza que mudará de pista porém a motocicleta cai na enorme fenda entre as pistas e ele perde o controle

Se você prestar atenção nas fotos verá que a roda dianteira da moto, que parece ser uma Yamaha Ténéré 250, entra numa fenda entre as pistas. Com isso o piloto perde o controle e acaba caindo.
O vídeo repercutiu nas redes sociais e acabou caindo nas mãos do deputado Hugo Leal que se posicionou e cobrou da empresa Concer (concessionária que administra o trecho) melhorias na rodovia. Em um comunicado o parlamentar afirma que "a rachadura na pista na altura dos quilômetros 92/93 representa perigo para motociclistas e motoristas".
Infelizmente não tenho maiores informações sobre o piloto e também sua garupa. Porém, esse tipo de acidente poderia ser totalmente evitado, veja o vídeo do acidente, ele serve de alerta para quem deixa o Rio de Janeiro e sobre a serra em direção a Petrópolis. Ele também mostra que, mesmo você pagando pedágio, algumas estradas não são seguras para rodar de carro ou moto!