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Ricardo e sua companheira de trabalho "ela não reclama, não me deixa na mão e gasta pouco combustível" |
Não faltam exemplos de pessoas que usam a agilidade da motocicleta para garantir o sustento de sua família. Um deles é Ricardo Rodrigo Rocha de 39 anos, morador de Alvinópolis, bairro de Atibaia, distante 65 da capital. Com muita disposição e criatividade usa sua Honda Biz 125, ano 2016, para ganhar a vida e distribuir o sabor de Minas pela cidade.
Comunicativo, Ricardo tem uma rotina bem peculiar. Ele compra laticínios de Cambuí (MG) e comercializa em Atibaia. A viagem de pouco mais de 100 km é feita com sua pequena motoneta que volta abarrota da cidade mineira para atender aos restaurantes e moradores.
De boca em boca
Há sete anos Ricardo mantém essa rotina e já começa a colher os frutos do seu trabalho. "Faço um roteiro e atendo semanalmente os meus clientes, sempre no mesmo horário e no mesmo dia da semana, com isso já estou bastante conhecido e as pessoas já sabem da qualidade dos produtos".
Além do contato pessoal os clientes também falam com o Ricardo pelo seus whats (11) 99530-2311 para agilizar a compra. "Eu mando as fotos e descrições do produto, isso ajuda o cliente a decidir, faço a venda on-line e depois eu só tenho a preocupação de entregar".
A mobilidade da moto é o grande trunfo para o sucesso do Ricardo "a mobilidade é incrível, se falta algum produto, e eu tenho em casa, eu consigo buscar e entregar imediatamente", com o carro isso seria impossível, principalmente pelo custo do transporte.
Além de prática e econômica a moto ajuda a divulgar seu negócio "ela chama atenção por estar bastante carregada". Realmente a moto se destaca com o isopor dos queijos e os doces presos na lateral.
Conhecer o produto
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"A mídia tornou o Canastra famoso" |
Com grande variedade de produtos Ricardo se mostra um conhecedor. "A mídia forçou um pouco a venda do Canastra, por ter divulgado bastante esse tipo de queijo, mas vendo bastante o frescal por ser mais saudável", ele também trabalha com outras variedades como parmesão, provolone e ricota.
Chegando ao limite de capacidade de atendimento, Ricardo já começa a planejar uma forma de diversificar seu negócio. "Penso em montar um rede com outras motos fazendo visitas em bairros distantes, mas sempre mantendo o meu padrão de atendimento e qualidade dos produtos.
"Eu costumo dizer que a pessoa sai de casa para comprar um remédio ou um bife para fazer o almoço, mas não tem o hábito de buscar um queijo para o seu café da manhã, não existe esse hábito. Por outro lado, ao passar na porta semanalmente e oferecer o produto ela consome". Ricardo aproveita a viagem e oferece as conservas, doces e biscoitos que também traz de Minas.
"Meu salário vem do queijo e da minha moto, graças a ela sustento meus três filhos, faço minhas entregas e levo minha renda para casa, assim consigo pagar minhas contas". Afirma Ricardo que trabalha com sua moto faça chuva ou faça sol, sempre com um sorriso no rosto.