domingo, 21 de novembro de 2021

O motocross virou circo, ainda bem!

Criança e os heróis, o motocross vira espetáculo para atrair novos fãs

Nos anos de 1980 os pilotos brasileiros do motocross não tinham sossego nas ruas. Nomes como Eduardo Saçaki (o Japonês Voador) ou Jorge Negretti (o Bicho de Goiaba) estavam na boca dos torcedores e até gente comum que não acompanhava o esporte. Provas como o Hollywood Motocross, que aconteceu em 1989 no Estádio do Pacaembu, serviram para popularizar o esporte, riar novos ídolos e difundir a paixão pela motocicleta. 
Não importa o nome, o que importa são as manobras e o agito

Neste final de semana, depois de anos longe do esporte, a convite do amigo Laner Azevedo – assessor de imprensa da Yamaha – fui acompanhar a etapa do Campeonato Brasileiro que aconteceu em Atibaia (SP), cidade onde moro desde 2006. Quem quisesse ver de perto os novos heróis do motocrossos bastava levar um quilo de alimentos. Confesso que estava orgulhoso enquanto pegava na despensa de casa um pacote de macarrão de 500 kg (Barilla), dois pacotes de macarrão instantâneo e um pacote de azeitonas pretas e subi no scooter para ver de perto como é o cenário do motocross atual. Parei minha Honda PCX pertinho da entrada da Estação Atibaia, paguei R$ 10 de estacionamento. Valor foi justo, recebi um comprovante e segui feliz para o portão de entrada. 
Visita aos boxes com os brindes na mão, os novos fãs da marca e do esporte 

Crianças em êxtase corriam e gritavam "vamos logo, quero ver as motos voando" enquanto pais bufantes e cansados tentavam acompanhar era cena comum. Sem problemas entrei no enorme espaço da Estação Atibaia e, logo de cara, deparei com o pessoal do Serviço Social da cidade que recolhia os alimentos. Perguntei se haveria uma credencial para ter acesso aos boxes (queria rever alguns amigos) “não está tudo liberado”. Fiquei feliz com a informação e entreguei o macarrão que roubei da minha cozinha kkkk (acho que Bete nem perceberá). A sensação de ajudar a combater a fome é bem legal, embora já faça uma doação mensal para a Igreja de São João Batista. Nossa matriz de Atibaia que distribui cestas básicas para famílias carentes na região. 
Enquanto caminhava pela local lembrei das provas que acompanhei nos Estas Unidos onde há grande interatividade entre público e pilotos. Entre centenas de carros estacionados via as bandeiras das marcas tremulando enquanto nos boxes já reinava aquele agito típico das corridas. Vendas de motos, equipamentos, lanches e bebidas completavam o cardápio para quem desejasse passar um domingo divertido.
Concessionária Tsuji mostrou as novidades da Honda para os visitantes



Ao lados dos velhos trens, os mecânicos preparavam as motos para competição

Enquanto pilotos dando atenção aos visitantes e patrocinadores os mecânicos, sempre correndo contra o tempo, preparavam as máquinas para a competição. Havia um clima diferente naquela corrida, um clima que eu não conhecia nas etapas do motocross, principalmente do Campeonato Brasileiro. Muitas famílias circulavam entre os boxes, crianças hipnotizadas pelas motos seguravam seus brindes. Pode parecer um cena corriqueira, mas muitas dessas crianças escolheram lá mesmo qual será a marca do seu coração. Um proximidade saudável entre o público , motos e pilotos que me deixou feliz – vale lembrar que comecei a frequentar as provas do motocross, como jornalista, em 1992. Fui cobrir as etapas de Vilhena, naquele tempo cidade perdida nos rincões do Brasil, hoje próspera e gigante. 
Eu, o Leandro e o Massami encontrar os amigos não tem preço

Logo de cara encontrei meu colega de Duas Rodas, o editor Leandro Mello e o Massami, da concessionária Honda de Bragança. Um clima de cortesia e reencontro dos amigos tomava conta das áreas e boxes. Fui conhecer a enorme estrutura dos boxes da Yamaha e me impressionei com o caminhão dormitório que abriga oito pilotos no motor-home, mais motos e mecânicos na parte traseira. Cá entre nós COISA DE GRINCO, achei nota DEZ. Graças a uma credencial, que agradeço ao Luan (Yamaha) entrei na arquibancada VIP e junto com vários amigos e convidados senti o chão tremer com a aceleração dos motores da categoria. Saquei minha máquina e fiz algumas fotos, confesso que voltei no tempo e me deliciei com a plasticidade do motocross visto pelas lentes. 
Os saltos e o barulho das motos hipnotizam a todos, mesmo quem não acompanha o esporte
Nossa, como é legal ver o colorido das motos passando rápido e o público vibrando com as manobras radicais. 

Fora daqui! 

Eu queria mais, desejava fotografar o gate da largada, transmitir numa imagem para os leitores do meu blog, a beleza que é ver largada de perto. Poxa amigos da CBM (Confederação Brasileira de Motovelocidade) desculpa, não pedi a credencial de imprensa e tive que dar meu jeito para fazer a foto. Enquanto os pilotos alinhavam no gate, docemente pedi ao pessoal da segurança se eu poderia fazer a foto na largada e iria embora. Mostrei a credencial vip e minha imponente máquina fotográfica. “Se o nome estiver na lista entra, caso contrário não pode”. Acompanhei a lista e meu nome não estava lá (claro que não estaria kkkk). Bastou um vacilo dos seguranças, vi uma menina simpática com o crachá da CBM e pedi para ela me acompanhar até o grid, para uma foto e iria embora. Ela não entendeu nada e enquanto os pilotos largavam eu fiz a foto, logo depois fui convidado a me retirar. 
Fiz a foto da largada e logo depois retirado da pista pois estava sem credencial

Tudo bem, a foto para os leitores do blog já estava registrada na minha Canon. Longe da pista resolvi passear pelo local e fotografar algumas situações inusitadas que achei legal. Se você perguntar o nome dos pilotos e o resultado das provas não tenho na ponta da língua. Acho que também a galera da arquibancada não sabe, isso não interessa. O que eles queria era ver as motos acelerando e os saltos dos pilotos. Tudo lembrava um enorme espetáculo que só o motocross é capaz de oferecer. Com os boxes vazios fiz algumas imagens para você ter noção do tamanho das estruturas das marcas. Mostro também alguns detalhes da Estação Atibaia que sediou a etapa, tudo muito bacana. Apesar de ser expulso da pista (tá bom, eu mereci) deixei o local bem feliz. 
Valia tudo para ver as manobras: se apinhar nas arquibancadas ou dar seu jeito (abaixo)




 Para ficar ainda mais legal heróis, como o Homem Aranha, posaram para fotos ao lado das crianças alegrando ainda mais aquele domingo que será inesquecível e ajude a formar a próxima geração de motociclistas.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Tudo sobre a nova família Honda CG 160 ano 2022

 Quem viaja pelo Brasil, de norte a sul, pode perceber a importância da CG no cotidiano das grandes cidades, litoral ou interior. Sempre tem alguém passando numa CG, ou tem algumas estacionada na rua ou guardada na varanda de alguma casa. A Honda CG faz parte da paisagem brasileira. Em sua história o modelo mudou bastante, veja na foto menor como a CG, modelo 2022, está mais robusta e moderna. Pouca coisa restou da velha e querida CG 125, 1976, que foi a minha primeira moto. - foto abaixo



Potência

O motor de 124 cc, com 10,4 cv de potência, deu lugar ao propulsor (flex) de 162.7 cc que oferece 15,1 cv de potência máxima. O torque passou de 0,87 kgf.m para 1,54 kgf.m. Em relação ao sistema de alimentação, a nova CG traz o que há de mais moderno. O velho carburador ficou no passado e o sistema de injeção eletrônica alimenta o propulsor com a quantidade exata de combustível. Para isso um processador analisa a velocidade, marcha engatada, posição do acelerador, temperatura dentro do motor. Com base nos dados envia para a câmara de combustão apenas a quantidade de mistura (ar + combustível) necessária. Tanta eletrônica também permite que o processador perceba que tipo de combustível está no tanque, gasolina, etanol ou a mistura de ambos. Isso é feito analisando os gases emitidos pelo escapamento...

Honda CG 160 Titan, 2022, modelo é o top de linha e um dos mais cobiçados

Evolução 

Os números também mostram que a CG ficou mais encorpada, mais imponen - te. O peso, por exemplo, passou de 94 kg para 117 kg. As linhas de design também mudaram, a CG Titan traz inspiração nos modelos esportivos da marca. Assim como a moto evoluiu e recebeu alterações, os consumidores também têm necessidades e gostos diferentes. Para atender a esse público o fabricante diversificou as opções. Hoje a família CG é composta por quatro opções e todas receberam mudanças na versão 2022.

Família moderna

 Nas versões Fan e Cargo, por exemplo, as mudanças estão presentes na moldura de painel, carenagem de farol e laterais do tanque. A sofisticada CG 160 Titan, traz nova moldura do painel e laterais do tanque exclusivas nova moldura do painel, nova carenagem de farol e de laterais do tanque, exclusivas do modelo, além de rabeta com laterais redesenhadas. O chassi (ou quadro) é mesmo para to - dos os modelos. Fabricado em chapa de aço estampada é do tipo Diamond e usa o motor como elemento estrutural. As motos Honda CG 2022 são dotadas do sistema CBS – Combined Braking System, sendo a CG 160 Start equipada de freio dianteiro e traseiro a tambor. Nas CG 160 Cargo, Fan e CG 160 Titan, o freio na dianteira é a disco e o traseiro a tambor. Uma particularidade da Honda CG é a facilidade de pilotagem. Os comandos chegam às mãos com naturalidade e a convivência entre moto e piloto, mesmo aqueles recém-habilitados, é muito intuitiva. Isso mostra que o fabricante sempre se preocupou no desenvolvimento de uma moto que se adequa aos diversos tipos de usuários – com os mais diferentes biótipos.

Família se modernizou como vemos na Honda CG 160 Titan, Fan e a Start (da dir. para à esq.)

Motor

O motor de um cilindro usa comando de válvulas tipo OHC (Over Head Camshaft) equipa as quatro versões. O deslocamento volumétrico é de 162,7 cm3 (também conhecido como “cilindrada”) e oferece a potência máxima de 15,1 cv a 8.000 giros. Quando abastecida com etanol, o torque máximo é de 1,54 kgf.m (caso das versões Cargo, Fan e Titan). Outro sistema comum à família é o câmbio de cinco marchas, com embreagem mecânica (acionada pelo manete)e multidisco em banho de óleo. Na prática, o acionamento da embreagem, a troca de marchas ou achar o “neutro” é tarefa fácil na Honda CG. Para quem não conhece o sistema de transmissão final – também chamado “relação” – é composto por corrente, coroa e pinhão. Usa corrente do tipo 428, com coroa de 44 dentes e pinhão de 15 dentes.

Nas motos o sistema de suspensão é fundamental para o conforto e segurança do piloto e garupa. Desde de 2018, a linha CG usa o sistema SFF (Separated Function Fork). Presente na dianteira oferece curso de 135 mm. Um tudo (ou bengala) recebe o sistema hidráulico – que deve “reter o movimento” enquanto o outro tubo recebe a mola, que tem a função de amortecedor. O curso da suspensão na traseira é de 106 mm com dois amortecedores que oferecem regulagens na carga de mola em cinco posições. 

Rodas & Pneus

Os tamanhos, tipos e medidas de pneus e rodas são diferentes. Na Start as rodas são raiadas (veja box)  enquanto na Fan, Cargo e Titan são de liga leve. Na dianteira todas usam pneus (80/100 – 18) e, na traseira,(100/80 – 18) com exceção da Titan que vem com pneu mais largo (90/90 – 18). O sistema de freios CBS (Combined Braking System) distribui a força de frnagem. Caso o piloto acione apenas  freio traseiro, o sistema aciona automaticamente o freio dianteiro. Isso diminui o espaço de frenagem e aumenta o controle durante a manobra. Os modelos CG 160 Cargo, Fan e Titan usam disco de 240mm de diâmetro e cáliper de pistão triplo de acionamento hidráulico (na dianteira). O tambor com 130 mm de diâmetro e sapatas é comum a todos.


Tanque & Cores

Todos os modelos contam com tampa de tanque no padrão aeronáutico – que facilita muito na hora de abastecer. No tanque da Titan, Fan e Cargo cabem 16,1 litros (3,1 de reserva). Em vários testes o consumo foi superior a 40 km/litro, projetando autonomia superior a 600 km. Mas claro que o consumo e autonomia dependem de vários fatores, entre eles o estilo de pilotagem. As cores disponíveis para a CG 160 Start são prata metálico, vermelho e preto. Na CG 160 Cargo o branco, enquanto na CG 160 Fan as opções são o azul perolizado, vermelho e preto. Já a CG 160 Titan pode ser escolhida entre opções cinza metálico, vermelho perolizado e amarelo perolizado.

Start 

é o modelo de entrada da família CG que, na versão 2022, traz novo design na moldura do painel de instrumentos e na carenagem frontal, com três opções de cores prata metálico, vermelho e preto.

Em relação aos outros modelos da linha, a CG 160 Start também usa o sistema de injeção eletrônica PGM-FI. Porém, a Start pode ser abastecida somente com gasolina. A capacidade do tanque de combustível é de 14,6 litros sendo 3,2 litros de reserva.

Outra peculiaridade é o uso de freios a tambor com 130 milímetros de diâmetro, na dianteira e traseira. Como nos outros modelos da família, o sistema CBS (Combined Brake System) também está presente. O sistema distribuiu a força de frenagem entre a roda traseira e a dianteira, garantindo frenagens em menor espaço e com maior controle. A versão Start usa rodas raiadas e pneus com câmara nas medidas 80/100 -18, na frente e, 100/80 -18, atrás.