segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Pare, olhe e compre. Ou faça a foto e saia andando!


Fiz essas fotos no famoso bairro de Ginza, em Tóquio. Os carros estão na vitrine e disputam com joalherias sofisticadas, lojas de roupas prá lá de badaladas, móveis que inovam em design  e galerias o status de obras de arte.
Para dizer a verdade, são mesmo! Afinal o que dizer de marcas como a Bentley ou Maserati. Podemos ou não elevá-las ao status de obras de arte sobre rodas? Para mim não existe nada melhor, afinal Mercedes, BMW, Ferrari são comuns em nossas ruas. Mas Bentley ou Masserati são exclusivas, não são para emergentes, são para gente que nasceu em berço de ouro e sabe o que quer quando o assunto é carro.
O mais interessante é que as marcas estão lado a lado, mostrando aos pedestres o que é uma jóia sobre rodas. Agora qual será a sensação de poder entrar em uma galeria de arte como essa e comprar um carro desse?
Realmente poucas pessoas, até mesmo em Tóquio, têm “bala na agulha para isso”. Mas uma coisa é certa naquela avenida está o melhor que o dinheiro pode comprar, seja sobre rodas ou não.
De volta ao Brasil fui conhecer a nossa realidade e pesquisei alguns preços desses carros, inclusive dos usados. Uma Maserati 3200 GT, ano 2001 está cotada a R$ 120 mil (cá entre nós uma preço elevado para um carro com mais de uma década de uso). Uma Gran Turismo 0 Km  vale nada menos que R$ 530 mil. Achou caro? Presta atenção... 
Pesquisei o Bentley e quase cai de costas: o mais em conta que achei foi um Continental 6.0 ano 2006 pela bagatela de R$ 550 mil. Novo ele vale um milhão e trezentos mil. Isso mesmo: R$ 1.300.000,00. É muito zero né?
Agora que você tem a noção dos preços, esteja no Brasil ou no Japão se você é rico de verdade é só fazer o cheque. Caso contrário faça como eu tire uma foto e divida com os amigos. 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Chão de fábrica e presidência


“Issao, você fez um ótimo trabalho com as motos e quero ver você fazer isso com os carros”. O comentário foi de Takanobu Ito, presidente mundial da Honda, durante uma entrevista para um grupo de jornalistas brasileiros em Tóquio no final de 2011. Ao seu lado estava o engenheiro mecânico Issao Mizoguchi, que comandava a fábrica de motocicletas da empresa em Manaus (AM).
Além de sua clara capacidade como engenheiro e administrador, quem conhece a fábrica da Honda, já percebeu o quanto Issao é querido pelos funcionários. “Ele é um ídolo em Manaus”, confidenciou um engenheiro da empresa, referindo-se a ligação entre ele e os operários da fábrica que ultrapassa a relação chefe e subalternos.
Esse jeito de administrar e seu passado ligado a produção, também conhecido como chão de fábrica, levou Issao a presidência da Honda Moto da Amazônia. Com seu jeito simples e bem humorado porém direto e eficiente, ele também tem o desafio de fazer que a Honda tenha bons resultados com seus automóveis pois Issao é vice-presidente dessa divisão. Uma missão difícil, porém capacidade e carisma ele parece ter, pelo menos aos olhos do presidente mundial da Honda. Creio que os operários de Manaus estão felizes com a escolha.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Já chegamos lá?

Veículos elétricos fascinam pelo silêncio, economia, harmonia com a natureza etc... Nada tenho a ver com os ECOCHATOS, aquele povinho intragável que se acha dono da verdade. Falo da praticidade e estar em paz com sua consciência por não poluir ainda mais nosso planeta com barulho e fumaça. Mas esse tipo de veículo parecia longe da nossa realidade, principalmente quando se fala em moto e scooter. Alguns projetos lembram coisas de filme de ficção cientifica, como esse monociclo da foto ao lado.
As opções eram pouco práticas com baixa autonomia e velocidade máxima insuficiente para fluir com segurança entre os automóveis, fora isso são caros comparados aos veículos que usam motor a combustão. Mas parece que as coisas podem mudar, encontrei esse comercial que além de divertido mostra que o futuro está logo ali em uma concessionária na Alemanha, veja o vídeo. Fora a tecnologia esse comercial é um barato

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A múmia, o forró e a placa desconhecida

Para você o que significa esse triângulo de cabeça para baixo? Claro, como bom motorista você sabe que é o alerta para dar a preferência. Mas para muita gente esse triângulo significa que a Pirâmide de Queóps veio abaixo e uma múmia pode estar por perto. Para outros, é o instrumento musical chamado triângulo e que pela região deve rolar um forró com direito a zabumba e sanfona. Só isso pode explicar determinados comportamentos.
Você duvida? Veja na foto uma situação onde as situações são invertidas e por pouco não aconteceu um acidente. Os dois carros se encontrando em uma movimentada rotatória perto da rodovia Fernão Dias. Embora a foto mostre a lanterna de freio da Ford Courier acessa, ela avançou perigosamente sobre o Ford Corcel que usando o bom senso parou e aguardou a manobra. Quem estava certo? O Corcel é claro, pois ele vinha contornado a curva por dentro estava na rotatória.
Nessa situação o carro que está dentro da rotatória sempre tem a preferência sobre o carro que está chegando. Por isso a placa com o triângulo de cabeça para baixo informando: dê a preferência. Aliás, na rotatória onde foi feita a foto já aconteceram diversos acidentes que poderiam ser evitados, bastaria que os motoristas conhecessem e aplicassem a legislação de trânsito, deixando de lado as múmias e os forrós.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Eu encontro a Gisele todo dia!

Ela é minha companheira. Não importa se é segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sábado ou domingo. Todo dia ela oferece um lindo sorriso desejando bom dia. Quando a noite chega volto para casa, seu sorriso informa que a viagem está terminando e finalmente poderei descansar.
Esse é meu privilégio pois passo diariamente pela rodovia Fernão Dias, na altura do posto da Polícia Rodoviária, pouco antes de Atibaia (SP). Os motoristas e motociclistas têm o prazer de conferir a simpatia e as belas curvas da supermodelo brasileira Gisele Bündchen. Um enorme outdoor da Hope estampa sua foto capaz de alegrar qualquer usuário da estrada.
Na estrada não faltam outdoors mostrando modelos com pouca roupa ou em poses quase eróticas. Não tenho nada contra, até curto esse tipo de publicidade, mas a Gisele é a GISELE, só basta ela!
Falando nisso a HOL, empresa que administra a estrada depois da privatização, vem abusando do direito de publicidade. No canteiro central existem várias faixas com publicidade de resorts e restaurantes, são cartazes pequenos e fixados de forma precária que desviam a atenção do motorista. Uma sujeira!
A Gisele pode! Afinal como diz o outdoor ela é “bonita por natureza”. Para comprovar me arrisquei e parei embaixo da placa de proibido estacionar. Valeu a pena, afinal tenho que provar que encontro a Gisele todo dia.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Concessionária do Lobisomem

Na falta de um, encontrei o casal
Por mais que se duvide ele existe! A criatura maligna pode ser encontrada em qualquer esquina, em lojas, nas ruas, bares e bazares ele sempre está a espreita. Ele é o temível, terrível e cruel Lobisomem. Figura lendária que tira o sono dos velhos matutos e cobre de pavor a juventude pacata com suas espinhas na pele. Época de lua cheia ninguém sai nas ruas depois das dez da noite. Joanópolis (SP) é assim, cravadas nas montanhas na divisa com Minas Gerais, a cidade é conhecida como a Terra do Lobisomem. Andar por lá em noite de sexta feira? Só armado de garruncha e bala de prata no coldre.
Outra tradição de Joanópolis é a imensa quantidade de Fusca e Brasília que roda na cidade, os velhos VW realmente dominam as estradas de chão que levam as propriedades rurais. Lugares onde muitos jipões 4x4 já pediram arrego e enquanto seus donos ligavam para o guincho viam passar uma Brasília ou mesmo um Fusca pelo lamaçal. Mesmo longe das estradas de terra, os moradores da região vão para o centro. Lá fica a igreja e o comércio. Nas ruas o típico barulho dos motores a ar se misturam ao trotar de cavalos num eterno duelo entre o aço das ferraduras e as pedras seculares. Mas não pense que por lá o pessoal é ingênuo. Eles valorizam as tradições e as utilizam como fonte de renda, atraindo turistas que lotam o comércio e atrações como a Cachoeira dos Pretos, distante 18 km da cidade.
O que podemos esperar de um lugar assim? Encontramos vários tipos de lobisomem e uma infinidade de VW. Na beira da estrada que liga Joanópolis a Bom Jesus dos Perdões passei por uma visão surreal. Quatro exemplares de VW expostos para venda na beira da estrada. Os preços variam de R$ 8 mil pedidos pela Kombi aos R$ 4 mil para a Brasília, provando que o dono está plugado aos tempos modernos ele usa em inglês para informar seu phone number.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Tempestade vermelha na Espanha

Quem já leu o romance O Paciente Inglês, sabe quanto as palavras são poderosas. Em determinado trecho do livro, o escritor Michael Ondaatje, descreve de forma perfeita o aroma das tempestades vermelhas. Com riqueza de detalhes, passeia pelas letras e palavras transmitindo aos leitores o aroma e a imagem das areias vermelhas dos desertos ao norte da África. Depois mostra como os grãos de areia são levados pelos ventos formando as famosas tempestades vermelhas que desaguam no sul da Espanha. Um dos lugares atingidos pelas tempestades é Salou, um badalado balneário as margens do Mar Mediterrâneo.
Além das atrações naturais lá acontece uma das etapas do Campeonato Mundial de Rali (ou World Rally Championship, WRC). E quando se fala em Mundial de Rali a marca Subaru vem a nossa mente, graças aos títulos mundiais conquistados pelo modelo Impreza. Esse talvez seja um dos mais eficientes modelos de marketing para associar a imagem de uma marca à resistência e performance. Com esse passado a marca Subaru coleciona fãs em todo o mundo e aqui no Brasil não é diferente.
Mas e na vida real afastado das competições como é ter um Subaru? Afinal, longe do glamour e dos holofotes quando é sua família que está dentro do carro, quando é você que paga despesas de combustível, manutenção e desvalorização. Para descobrir um pouco do dia de quem tem um Subaru bati um papo com o Leandro. Assim como eu é morador de Atibaia, entusiasta pela marca possui dois Subaru Outback. “O mais velho tem 400 mil km e nunca me deu trabalho”. Além desse mais antigo tem outro Outback modelo 2001 muito bem conservado e que faz sucesso nas ruas. Subaru é um carro resistente, mas um pouco enjoado “ele não aceita peças que não forem originais”, alerta Leandro. Porém os preços de peças, segundo o proprietário, não é um problema, existem vários fornecedores e ainda a possibilidade da importação via E-bay por exemplo, “Claro é um carro que exige conhecimento, não é para preguiçosos apenas ligar e andar, tem que gostar e curtir o carro, ficar atento a manutenção para desfrutar dessa máquina”.
Quem pensa em ter um Subaru Outback encontra opções no site webmotors a partir de R$ 17.5 mil (ano 98) chegando aos R$ 153 mil (zero KM, 2011). O pacote de equipamentos é digno de marcas luxuosas como Mercedes e BMW, mas o grande barato do Outback é sua propensão a aventuras, são vários os relatos de usuários que usam e abusam do seu carro que não apresentam ruídos internos o que comprova excelente padrão de acabamento.
Um problema relatado por muitos proprietários é a desvalorização e o preço exorbitante de peças nas concessionárias, alguns inclusive citam o nome do Grupo CAOA, representante oficial no País, pelas dificuldades da marca se firmar no Brasil. Parece que o Subaru é capaz de superar todos os obstáculos, até as tempestades vermelhas da Espanha, porém o único capaz de detê-lo é um pós-venda despreparado e concessionários que não valorizam o carro na hora da troca.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Xenon, a moda que incomoda

O tema desse post gerou uma discussão acalorada com os amigos do Clube do Taurus, postei esse tema e quase apanhei de alguns motoristas. Muitos defendiam o direito de usar uma lâmpada mais forte que segundo eles aumentaria a segurança. Agora que o blog Brasil Test Drive atinge um número maior de motoristas e entusiastas gostaria de voltar a discutir o tema. Infelizmente a proibição do farol tipo xenon “adaptados” caiu em esquecimento, sem fiscalização eles estão de volta.
Quem viaja todo dia como eu deve se armar de muita paciência para aquentar essas luzes mal reguladas que ofuscam todo mundo, parece que uma nave espacial está chegando trazendo seus ET´s para invadir a Terra. Não quero ser porta voz dos animais, mas tenho certeza que macacos, corujas e outros bichos que dormem nas árvores compactuam comigo dessa reclamação. Fique claro que não me refiro aos equipamentos originais ou aqueles de boa qualidade.
É fácil perceber quando o kit ou a lâmpada é “meia boca”: geralmente o carro está andando devagar e na pista da esquerda. Vai devagar pois não tem condições de andar mais rápido – principalmente em subidas. Já vi até Fusca com farol xênon. Faça-me o favor, ponha-se no seu lugar, nada é mais legal quer um Fusquinha original rodando tranquilo na estrada. Tem também a turma dos populares 1.0 que tentam lutar contra a natureza da motorização de seus carros e rebaixam, botam rodas grandes, filtro de ar esportivo, rodas imensa e largos pneus (para aumentar o arrasto) e prá completar a bobagem: lá vai o xenon baratinho ou lâmpada mais forte. Prá que? Encher o saco dos outros na estrada, só serve prá isso!
No começo a fiscalização intensa ainda metia medo nesses “cegos” mas agora o xenon voltou a moda. E a coisa fica ainda mais ridícula pois muitos carros já estão caolhos, o kit meia boca não dura nada, piorando ainda mais a situação de quem vai a frente e dos bichos nas árvores que não conseguem dormir.

Rico não precisa de air-bag

Levantando dados para uma matéria sobre ABS e airbag, entrevistei um soldado do Corpo de Bombeiros do quartel de Atibaia (SP). Foi um papo informal e descontraído sobre esses equipamentos e a capacidade de salvar vidas. Ele elogiou os sistemas ABS (anti-travamento dos freios) e airbag (bolsa de ar que protege em caso de colisões). “Quando chegamos ao local do acidente e vemos que a bolsa do airbag inflou, ficamos mais tranqüilos pois os ferimentos em geral são menores. Mas rico não precisa de airbag.” Como assim?
Antes de conhecer essa misteriosa lógica do bombeiro, acostumado a fazer resgate de acidentados na Rodovia Fernão Dias, percorri diversas concessionárias de automóveis da região. Minha missão era questionar os vendedores sobre a procura dos equipamentos pelos compradores. Ouvi muita coisa estranha “o comprador nem pergunta sobre ABS ou airbag, ele quer vidro elétrico, ar-condicionado e sistema de som”. “Alguns alegam que ABS só é útil para quem viaja muito e airbag é perigoso e pode até matar a pessoa em alguns casos”.
Fiquei pasmo pela falta de informação dos consumidores. Não bastasse a falta de conhecimento dos motoristas sobre os equipamentos, os vendedores, hoje intitulados consultores de vendas, também não se interessam (ou tem condições) de oferecê-los. “Vendemos o carro que está no pátio. Sabe quanto tempo demora para chegar um Uno com ABS? Pelo menos dois meses, se falar isso para o cliente perco a venda” argumentou um consultor de vendas da Fiat.
Como você deve ter percebido sistemas de segurança não despertam o interesse dos compradores, vendedores e também fabricantes, principalmente entre os carros populares. Voltando ao “causo” bombeiro, como ele justificou sua frase “rico não precisa de airbag”? Acostumado a salvar vidas e conviver com acidentes o soldado explicou: Quando uma pessoa compra um carro com esses equipamentos mostra que se preocupa com segurança e, na maioria das vezes, dirige de forma responsável diminuindo os riscos. Agora entendi, mas depois veio a parte mais engraçada.
— Quer saber mais?
— Quero, pode falar
— Rico não dá muito trabalho prá gente não, Ele não cai de laje, também não cai de muro. Você já viu algum rico fazer gambiarra com escada ou banquinho para trocar lâmpada
, telha quebrada ou subir na laje para consertar a bóia de caixa de água? Pois é nessa situação que acontece a maioria dos acidentes domésticos.
— Tá bem, agora entendi!
Em 2014 uma norma entra em vigor obrigando os fabricantes a equiparem todos os carros nacionais com ABS e airbag. Graças a uma lei, pessoas de diferentes classes sociais terão os mesmos dispositivos de segurança nos carros tomara que nosso amigo bombeiro tenha menos trabalho nas estradas. Quanto ao pessoal que cai de lajes e muros penso que essa realidade que não se muda com leis. O que você acha?